quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

SENTIDO NATALINO



Natal, época do ano que se comemora o nascimento do Mestre Jesus, entre os cristãos. Há mais de dois mil anos que sua mensagem ecoa no ar em forma de magnetismo divino, e a humanidade ainda não absorveu. Vi uma frase: “Natal é época de que mesmo? Ah, tempo de vender mais”. Infelizmente o materialismo demonstra como estamos longe dos valores da fraternidade, preconizados pela mensagem cristã. Nem todos aproveitam esse período para fazer uma reflexão espiritual propondo-se às mudanças interiores.


As lições do Mestre, contidas no Evangelho, são como roteiro de bênçãos que nos guia e nos orienta durante toda a nossa existência, convidando-nos ao equilíbrio, a serenidade, ao esforço permanente de renovação e o trabalho no Bem. Essa renovação conseguiremos através da fé, na certeza de que somos amparados e que, apesar das dificuldades, colheremos os frutos da nossa sementeira de lutas. 
Alegra-nos em saber que muitas pessoas, umas até no anonimato, trazem em sua alma o verdadeiro sentido do espírito natalino, por serem sensíveis às necessidades alheias.


Neste momento, lembro-me do Natal dos meus tempos idos. Naquela época, pelo menos nos sítios e cidadezinhas, não se falava em Papai Noel, presentes e árvores de Natal. O seu sentido era apenas religioso. Assistir a missa do “galo” à meia noite, e ver o presépio montado ao lado do altar. Para mim, ainda criança, como também para toda garotada, era uma alegria, mesmo suportando o sono que nos abatia.  O prazer era tamanho diante das figuras da sagrada Família, dos Pastores e dos animais. Todos ali reverenciando a chegada do menino Jesus.

Natal, significa nascimento do Meigo Rabi da Galiléia em nossos corações, nascimento da esperança a cada alvorecer. Sentir que Ele está ao nosso lado, representado no cuidado que dispensamos à nossa família, na criança desamparada que estende os seus braços para nós, nos aflitos da mendicância e em tantas outras possibilidades que temos de auxiliar o nosso próximo. Muita paz, luz e amor em nossos corações!





Neneca Barbosa

João Pessoa, 12/012/07

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

PRÊMIO ESCRITORES DA LIBERDADE



Prêmio Escritores da Liberdade
 

Tive a agradável surpresa de ser-me concedido um prêmio, como blogueira: Escritores da Liberdade.
O prêmio foi-me atribuído por minha querida amiga LENINHA, também, anteriormente nomeada “Escritor da Liberdade”, autora do blog http://leninhaluz.blogspot.com, e que foi inicialmente criado e publicado no blog Batom cor-de-rosa http://batomcorderosa.blogspot.com/ para distinguir e incentivar todos os que escrevem, partilham seus sentimentos, opiniões, dividem as palavras amigas que recebem de seus amigos, colocam seus ideais, seus gostos pela literatura, seja ela de que forma for e de que manifestação lhe seja atribuída.

O prêmio tem um simbolismo, e reflete o reconhecimento a quem escreve e a quem partilha.

É um generoso incentivo de quem o criou e de quem o atribui, a amiga e poetisa Marta Peres.

Por isso, outros como eu, precisam desse estímulo.  Passo o testemunho e procurarei ser isenta e justa na escolha, respeitar quem o criou, respeitar quem o imaginou, parabenizar os que o receberam e a acentuar a credibilidade dos valores da LIBERDADE, pois onde há liberdade há criatividade.

É uma honra receber o prêmio Escritores da Liberdade!

Obrigada a todos que tiveram essa iniciativa e aos que deram continuidade a esse trabalho de incentivo, para os que estão se descobrindo nas Artes.

E a ti, querida Leninha , o meu muito obrigada!
Abraço carinhoso!

Neneca Barbosa.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

CAROL, MINHA FADA!

                                                                     S. João na APAE






A família está em festa. Carolina chega, pela bondade divina, ao mundo dos homens. Como todo ser humano veio também com o objetivo de evoluir. Para mim, avó pela primeira vez, foi um presente dos céus. Carinhosamente chamo-a de Carol, Carolzinha e Lola! É uma princesa? Uma boneca? Ou uma fada? Não sei, mas sei que ela é linda!



Hoje com dez anos, trouxe consigo limitações de uma criança especial, mesmo com suas particularidades, mas o que conta para nós é o amor que sentimos por ela. Preocupamos-nos sim, de fazer o melhor para que tenha uma boa qualidade de vida.



Carol é mesmo um ser especial. Sua comunicação não é através das palavras articuladas. Que importam as palavras! Seu comportamento tranquilo, tão bem expressado pelo seu bom humor, sua percepção e o brilho do seu olhar que transmite serenidade e beleza. É como se tudo estivesse bem para ela, e deve estar... Enquanto o seu corpo físico está ali nos momentos de repouso, alheio para aqueles que não têm a sensibilidade de vê-la com os olhos da alma, o seu espírito voa, voa em busca de outras plagas, buscando o aprendizado infinito. E quando volta parece ser protegida por uma redoma, assim como a redoma da rosa, do Pequeno Príncipe, de Exupéry. A dor, nossa amiga e companheira, é generosa para com ela, pois é difícil bater a sua porta.



Como nos afinamos! Basta chegar a sua casa para sentir a interação dela. Isso é feito com um espaço de tempo, pois a distância física que nos separa é razoável. O sorriso de satisfação, o brilho dos seus olhinhos, penetra bem no fundo dos meus. Quanta emoção quando nos encontramos. Dois seres que se amam muito.



Quando regresso ao meu lar, telefono sempre para que ela escute a minha voz. Ao ouvir alguns sons que emite, aqui do outro lado da linha está a vovó, que lhe ama muito, que conversa, ri, diz palavras de incentivo e faz aquela festa.

Carol, quantas lições preciosas você tem dado. Cultivou a paciência em seus pais, a resignação em seus avós e tios, o carinho e a entrega de todos aqueles que a assistem. Seu corpo físico é perfumado, mas muito mais é o perfume que exala da sua alma. É um ser adorável, protegida pelos seus amigos espirituais.


O despertar vem de um modo que nem imaginamos. Nesses momentos perguntamos: O que será que Deus quer de mim? Todas as ocorrências de nossa vida poderão ser nomeadas de “intervenção divina” ou “desígnios de Deus”. No entanto seja qual for a denominação que utilizarmos, tenhamos a certeza de que tudo aquilo que nos acontece, tem como objetivo profundo, a renovação da alma e como propósito o bem comum.





Neneca Barbosa

João Pessoa, 10/11/2007

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

MÃE, ROSA DO MEU JARDIM!






Em um jardim encontramos várias rosas e sempre nos encantamos por alguma especial. Assim também acontece no jardim do coração. Minha Mãe, que desabrochou de um botão, transformou-se em uma bela rosa perfumada e delicada, como as almas singelas. Ela tem um lugar especial no meu coração!

Julia era o seu nome. De origem latina e que significa cheia de juventude, brilhante, amiga... Mulher de estatura média, pele clara, olhos castanhos, cabelos pretos, com pequenos cachos e de uma beleza singular. Temperamento um pouco introvertido, sensibilidade apurada, sentimento reflexivo e de uma grande generosidade. Via em seu semelhante um ser criado por Deus, um irmão que merecia todo respeito. Estendia a mão para todo aquele que procurava nela um porto seguro.

Doadora de vidas, cumpriu o papel de co-criadora divina, gerando, no próprio ventre, nove filhos que lhes dedicou o seu amor incondicional. 

Morando no sítio Jenipapeiro soube enfrentar todas as dificuldades com paciência, abnegação e muita fé. Lembro-me ainda das novenas e terços rezados por toda família. Assistia a missa dominical, que era realizada em Riacho dos Cavalos, uma vez por mês. Lembro com emoção, quando ela montava seu cavalo alazão, de nome Rubi, e saia estrada a fora como uma exímia amazona. Rubi era faceiro, com seu trote magistral parecia deslizar pelo chão, levando em seu dorso aquela mulher aparentemente frágil, mas de uma grade força interior. As mulheres se trajavam de forma bem feminina, porque só usavam vestidos e sais. Quando iam montar um animal, em vez da sela era um silhão, peça de um só estribo, que elas sentavam de lado pelo uso da própria vestimenta.

São lembranças que vão chegando de um tempo que se foi. Era costume da época, que me chamava atenção, uma cadeira especial, quase sempre de palhinha, que algumas senhoras usavam para se sentarem durante a missa, e com uma almofadinha na parte de baixo para a hora de ficar de joelhos. E mãe tinha uma. Esta é um imagem, entre tantas outras, que guardo em minha memória.

No ano de 1962 mudamos definitivamente para a cidade de Riacho dos Cavalos, onde Pai foi nomeado pelo governo do Estado da Paraíba, para administrar a fazenda experimental de animais bovinos e equinos. A casa grande, com jardim e alpendre, pertencia também ao estado e era designada para o administrador. Mesmo com dificuldades de água para regar, na época da escassez das chuvas, Mãe mantinha uma variedade de plantas ornamentais. As mais conhecidas: rosa Amélia, bugari, cajado de São José, boca de leão, Romeu e Julieta, rosa dália, mimo do céu, açucena e outras. Sempre gostou muito de cuidar de todas elas.

Procurou direcionar seus filhos no caminho do bem, alicerçado em sua fé cristã. Com seu modo reflexivo, sempre nos preparou para agradecermos a Deus, todas as noites, pelo dia vivido e pedir perdão pelas faltas cometidas rezando o ato de contrição. Não era letrada, mas tinha sabedoria. Pois assim dizia: “Meninos vocês não sabem se amanhã vão amanhecer vivos”.

Sua partida para a pátria espiritual foi prematura para nós, que muitas vezes não compreendemos e não aceitamos os desígnios do Criador.  Ela cumpriu sua missão e deixou um grande legado construído sobre o alicerce do amor. Somos todos gratos pela grande Mulher e Mãe que foi.

Que saudade, minha gente, deste passado que me fez feliz e que guardo vivo na memória, sem nenhuma dor!

Neneca Barbosa
João Pessoa, 12/11/2007