domingo, 26 de agosto de 2018

O VALOR DAS COISAS SIMPLES


                                                           Resultado de imagem para fogão à lenha com uma mulher pintura

Acordar numa manhã de domingo e refletir sobre o valor das coisas simples, é sentir a presença de Deus em nós. A imagem simboliza uma parte da minha vida, da minha história. É experimentar novamente uma realidade vivida sem alardes, sem artificialidades, sentindo a beleza de um mundo tão meu, de coisas singelas e belas. Lembrar a figura da minha Mãe, ao lado do fogão à lenha, tecendo com suas delicadas mãos, as coisas mais originais que pude degustar em minha vida. É uma emoção inigualável.

Saudades... De tudo! Desde o feijão ao doce de leite. Sabores contrastantes, mas confeccionados e recheados de alegria, de amor e partilha. São as coisas simples da terra que se emaranham com o divino, com uma singularidade ímpar. E é nessa hora, que me faz lembrar meu passado e querer voltar sempre a rever o meu lugar sagrado. 
 
O ser humano esquece que ele mesmo não é apenas razão, mas que também é constituído de sentimentos e emoções. E vai caminhando reduzindo o mundo da vida ao mundo da ciência, criando um abismo entre a tecnologia e a sacralidade da vida.


Neneca Barbosa
João Pessoa, 26/08/2018

Tela do pintor mineiro - Rui de Paula

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

VOLTAR A SER CRIANÇA



Essa vontade de se sentir criança me dá uma alegria interior.
Na minha imaginação volto a correr entre as flores campestres, querendo brincar com as borboletas. Tomar banho de chuva nas biqueiras da velha casa, que guarda minhas lembranças. Olhar o céu estrelado e admirar as luzinhas dos vagalumes. Havia simplicidade em tudo... Um toque mágico de uma varinha de condão.

Lembro das noites no alpendre, deitada na rede, a espera da lua apontando por trás da serra, que ficava ali, tão próxima. Recordações que trazem saudades.
Não havia muro de pedras entre a menina e a natureza.
Ah, como desejo sair, por alguns momentos, dessa realidade que às vezes sufoca...E ser livre para correr pelos verdes campos do meu existir.

Neneca Barbosa
João Pessoa, 30/01/2018