Resolvi escrever um
pouco sobre esse ser alado, que me encanta. Quando criança saia a correr pelo
pátio da casa, lá no sítio Jenipapeiro, na esperança de pegar somente uma. Geralmente
no inverno a vegetação mudava ficando toda verde e nela aparecia as belas flores do
campo. Não tinha a intenção de
machucá-la, mas pelo prazer de segurá-la em minhas mãos por alguns instantes,
mas confesso que não conseguia, pois ela era muito vivaz. Sentia-me
tão feliz em vê-la voando livre, solta... Com ela ia um pouco de mim, do
meu anseio de liberdade.
Sendo
a crisálida o ovo que contém a potencialidade do ser e a borboleta que sai
dele é um símbolo
de renascimento, imprimindo, dessa forma, um dualismo entre morte
e vida. Ela simboliza também a beleza e a liberdade. A metamorfose da borboleta
inscreve-se na busca do diferente, do novo, da comunicação, da liberdade de
expressão. É o momento em que o eu lírico, empregado na linguagem poética, abre
a janela da alma para uma nova visão de mundo.
São
reflexos que se instauram em nosso existir, no cotidiano e na relação com o
transcendente. É viver em harmonia consigo mesmo, com o outro e com o cosmos. Diz
Rubem Alves: “Quem sabe que o tempo está fugindo descobre, subitamente, a
beleza única do momento que nunca mais será […]”. Sabermos da nossa finitude e
termos consciência desses momentos nos possibilita fluir, para transpor os
obstáculos dos nossos próprios caminhos.
Neneca
Barbosa, 22/05/2017
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