O poeta
almeja, por meio da linguagem poética, compreender o mundo que o rodeia. É através
dos seus versos que se posiciona frente à realidade do ser humano, mostrando
sua descoberta pela luta em busca da palavra inspiradora. Cada poema é um filho
que nasce da alma, e entregue ao seu leitor, pois a arte poética pode
significar uma relação entre o mundo visível e o mundo invisível. Dessa forma,
estará saciando o desejo de preservar essa ancestral vontade de ligação com o transcendente.
O poeta em sua
linguagem coloca suas vivências, suas memórias e a imagem reveladora da
essência intrínseca à condição humana de viver. Usa sua
imaginação, origem
do ser criativo, pois primeiro imagina-se para depois criar, dando ao ser
humano a possibilidade de se revigorar, porque ela é contemplação, força que o impulsiona,
como uma alavanca, frente aos desafios da vida. Daí, a imagem passa
a ser a fonte de onde tudo brota. O que se torna novo surge da imagem
primordial, pois é a fantasia que produz os mais sofisticados produtos da psique.
O poeta vai criando sua obra como algo mediador, pela força e mistério
que a imaginação proporciona através das imagens que o seu eu lírico produz. A
própria criação da imagem poética propícia um elo com o leitor e aquele que a
cria, constituído de um caráter intersubjetivo. Segundo Gaston Bachelard: “[...]
todo leitor que relê uma obra que ama sabe que as páginas amadas lhe dizem
respeito”.
O imaginário poético só se torna
possível por meio dos símbolos que formam as constelações de imagens, considerando que toda imagem carrega
um significado simbólico. Assim o poeta vai tecendo seus poemas com fios de
vários matizes, possibilitando a percepção da comunhão de todas as coisas com o
Todo. (Fragmentos do meu TCC na Graduação em Ciências das Religiões, pela UFPB).
Neneca
Barbosa
João
Pessoa, 09/ 03/2016
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