sábado, 19 de agosto de 2017

O ENCANTO DA BORBOLETA





Resolvi escrever um pouco sobre esse ser alado, que me encanta. Quando criança saia a correr pelo pátio da casa, lá no sítio Jenipapeiro, na esperança de pegar somente uma. Geralmente no inverno a vegetação mudava ficando toda verde e nela aparecia as belas flores do campo.  Não tinha a intenção de machucá-la, mas pelo prazer de segurá-la em minhas mãos por alguns instantes, mas confesso que não conseguia, pois ela era muito vivaz. Sentia-me tão feliz em vê-la  voando livre, solta... Com ela ia um pouco de mim, do meu anseio de liberdade.

Sendo a crisálida o ovo que contém a potencialidade do ser e a borboleta que sai dele é um símbolo de renascimento, imprimindo, dessa forma, um dualismo entre morte e vida. Ela simboliza também a beleza e a liberdade. A metamorfose da borboleta inscreve-se na busca do diferente, do novo, da comunicação, da liberdade de expressão. É o momento em que o eu lírico, empregado na linguagem poética, abre a janela da alma para uma nova visão de mundo.

São reflexos que se instauram em nosso existir, no cotidiano e na relação com o transcendente. É viver em harmonia consigo mesmo, com o outro e com o cosmos. Diz Rubem Alves: “Quem sabe que o tempo está fugindo descobre, subitamente, a beleza única do momento que nunca mais será […]”. Sabermos da nossa finitude e termos consciência desses momentos nos possibilita fluir, para transpor os obstáculos dos nossos próprios caminhos.

Neneca Barbosa, 22/05/2017


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